quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sorry, Fogão!

Tenho com o Botafogo uma relação de afeto e raiz.

Bravo (em todos os sentidos) soldado da Força Expedicionária Brasileira nos idos da Segunda Guerra, o velho Florentino, meu avô paterno, era fanático pelo alvinegro da Estrela Solitária. Conta meu pai, um pouco afeito ao futebol que se diz Fluminense, que ele tinha uma camisa autografada por Garrincha.

Uma de minhas grandes amigas cariocas, Luiza Torres, é também apaixonada pelo Fogão. Batemos altos papos sobre futebol, e vira e mexe ela quer me levar ao Engenhão - coincidência ou não, o João Havelange é caminho para a casa da minha avó, que mora em Cascadura, bairro que fica perto de Quintino e Madureira.

Lembro-me também de matéria da Globo de muitos anos atrás que mostrava Sonja, uma menina de 12 anos que estava de gandula em um clássico de seu time contra o Vasco. Um implacável 3 a 0 para o time da Colina fê-la verter um pranto que comoveu alguns dos grandes ídolos de General Severiano. Em 89, ela choraria novamente - mas de felicidade, pelo fim do jejum de 21 anos sem erguer uma taça.

Um filme que nós, alvinegros do lado de cá da Dutra, conhecemos muito bem.

Nessas duas vezes me refleti na pequena torcedora - que hoje deve ter a minha idade. Mesmo não tendo tantas oportunidades de ir ao estádio, também já derramei lágrimas de tristeza e felicidade pelo meu amado Corinthians - uma em 87, quando perdemos o Paulista para o São Paulo, e outra no ano seguinte, quando tivemos a nossa redenção diante de um Guarani tecnicamente superior.

Por isso, tenho muito carinho por este simpático alvinegro - não é porque amo um time que tenho de odiar todos os outros.

Ontem, em São Januário, os dois se encontraram para mais uma rodada. E o Corinthians conquistou importante vitória por 2 a 0, gols de Liedson e Paulinho.

Como se nada bastasse, se Jorge Henrique está do lado de cá, o grande Herrera estava do lado de lá. Como também estão Marcelo Mattos e Fábio Ferreira.

Uma campanha tão irrepreensível assim chega a assustar. São 93% dos pontos conquistados e apenas o Flamengo não perdeu para a gente até agora - em dez jogos disputados.

Parece, por outro lado, que o time ganhou consistência e unidade - as chegadas de Alex e Sheik, a recuperação de Danilo e as boas surpresas Welder e Willian trazem alguma dose de conforto.

Óbvio que em algum momento este time sofrerá reveses. Mas a atitude faz com que descartemos a probabilidade de uma má fase prolongada demais.

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TOCO E ME VOY

- Paulinho tem proposta da Roma. Tite já disse que prefere não perdê-lo. Espero que o Andres não repita a burrada de 2009.

- Ao que parece, o estádio tá virando uma realidade. Não sou a favor de ajuda pública a empreendimentos privados. Mas até onde eu sei, não é investimento a fundo perdido. A grana do BNDES é um EMPRÉSTIMO - portanto, o Corinthians vai devolver. E o incentivo fiscal será compensado com a geração de empregos.

- Que se critique o modelo de geração de negócios brasileiro - fomentado por um banco público - eu entendo e até concordo. Mas que se dêem nome a todos os bois. A imprensa adora pegar no pé do Corinthians pelo menor motivo.

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