domingo, 31 de maio de 2009

Não seremos campeões

O vexame de hoje na Vila me confirmou algo que eu já havia desconfiado faz algum tempo: a enorme diferença entre titulares e reservas.

A zaga foi uma piada de péssimo gosto. A falta de sobra gerou dois dos três gols do Santos - bom time, mas nada de excepcional.

As laterais também não inspiram confiança. Diogo foi pavoroso. E, mesmo displicente, André Santos está a milhas de distância de Wellington Saci (Bruno Bertucci entrou no final e não pôde fazer muita coisa).

No meio, uma única opção se salva: Jucilei sabe mesmo jogar, apesar de hoje não ter ido tão bem. Boquita é irregular demais e Morais, que eu evitava criticar nos fóruns da vida, realmente é muito pouco efetivo. Mas é craque perto do Lulinha, cuja expulsão prejudicou a reação do time.

O tão criticado Souza tem uma missão inglória no elenco corintiano: substituir Ronaldo. Isso é um peso até para veteranos. Se não se pode considerá-lo um craque, irrita menos do que os dois anteriores.

Isso sem nem levar em conta a tremenda bola fora da diretoria, que abriu mão do Acosta. O uruguaio começou claudicante, mas foi se assentanto e fez uma ótima Copa do Brasil em 2008. A boa fase só não teve continuidade por causa da grave contusão que se seguiu.

Também se salva o goleiro Julio Cesar, autor de boas defesas. Mas mesmo ele não foi perfeito, já que falhou no segundo gol do Santos.

Este é um quadro preocupante, porque o elenco não é confiável. Esse mesmo time ficou desmoralizado na estréia, com o golaço de Nilmar, tomou sufoco do Barueri e fez muito feio hoje.

Infelizmente, não há perspectivas de melhoras, o que me leva a ter uma visão pessimista sobre o futuro do Corinthians no Brasileirão. Os pontos corridos exigem grupos fortes.

Se quiser vaga na Libertadores, é melhor o Corinthians focar cem por cento na Copa do Brasil.

Porque, a continuar assim, é Sul-Americana e olhe lá.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Classificados de novo

Corinthians e Fluminense são rivais bastante conhecidos em fases eliminatórias nacionais.


E um confronto contra os mais tradicionais tricolores do Brasil dá nome a este blog.


Em 5 de dezembro de 1976, uma nação de mais de 70 mil pessoas peregrinou ao Maracanã para ver aquele Corinthians operário enfrentar aquilo que chamavam de "máquina tricolor"... de Carlos Alberto Torres, Rodrigues Neto... e Rivelino.


Pintinho abrira ao placar para os aristocratas. Mas a chuva torrencial parecia prenunciar uma reviravolta. E eis que Ruço, o dos beijinhos, empata com um golaço. A vaga seria decidida nos pênaltis.


E aí, quem brilhou foi Tobias, que parou o lendário Carlos Alberto e Rodrigues Neto.


Por que este jogo é tão especial?


Porque este que vos escreve havia nascido algumas horas antes da contenda.


E os ventos do futebol colocaram os dois frente a frente oito anos depois. O Corinthians da Democracia vencera o poderoso Flamengo de Zico nas quartas de final com direito a 4 a 1 na partida final. Mas, dessa vez, o bom Flu do "casal 20" Assis e Washington levou a melhor: 2 a 0, gols de Assis e Tato.

Lá se vai um hiato de 18 anos, quando os dois disputam uma vaga na final do Campeonato Brasileiro. No Maracanã, um conhecido carrasco não negava a fama: gol de Romário, e vitória do Fluminense. Mas no Morumbi, um 3 a 2 decidia a nosso favor.

Dois a um para nós... e a vantagem se ampliou em 2009. Dessa vez, na Copa do Brasil. Do lado de cá, Dentinho sacramentou o um a zero. Lá, Chicão - de falta - e Jorge Henrique - com um improvável tento de coxa - dava uma vantagem gigantesca.

Com bons valores ofensivos como Conca, Thiago Neves e Fred, mas limitado nos demais setores, o Flu reagiu. Alan, aproveitando rebote de Felipe, e Thiago, recebendo de Conca na velocidade.

Mas não foi suficiente.

Pela terceira vez na história, deu Corinthians.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Coringão voltou. Mesmo!

A torcida tem razão: o Coringão voltou de vez.


Quando caiu, o gigante alvinegro se viu com o coração em chagas. Mas há muito o seu espírito parecia perecer. Já de pé, rangia os dentes, mas não inspirava confiança. Trouxera para si um guerreiro fenomenal. Mas permanecia claudicante.

Aí, vieram as semifinais. Contra tão incensado tricampeão brasileiro. No primeiro jogo, a virada nos segundos finais só fez jus a um sentimento que já se apresentara: aquele jogo tava para ele. Na volta, o tal fenômeno deu duas tacadas de mestre. E os comandados de Muricy se entregaram a meia hora do fim.

Na decisão, veio um Santos recém recuperado de uma bagunça. Mais limitado tecnicamente, o alvinegro da Baixada viera fortalecido pelo triunfo diante do melhor time da primeira fase. Convinha não subestimar.

O respeito fez bem. Depois de resistir ao bombardeio, mais uma vez "ele" fez a diferença. E no castelo onde imperara um certo rei. Que pareceu evocar os velhos tempos para tentar evitar a hecatombe que se desenhara. Mas só faltou chover.

O momento é tão bom que até na derrota o gigante saiu fortalecido. Um três a zero seria o fim iminente do sonho imediato da América. Mas os dois gols finais tiveram sabor de virada. Na volta, o Furacão pareceu querer derrubar tudo. Virou marolinha!

O Corinthians não voltou porque foi campeão paulista. Mas porque recuperou o espírito guerreiro há muito adormecido. Que o fazia bater de frente com todos os rivais, mesmo com times melhores. Mais: soube mesclar isso a um time muito bom. Se deixar o colosso avançar, vai ser ruim segurar.