domingo, 19 de abril de 2009

Não se engane: o Corinthians foi superior!

O Corinthians definitivamente voltou. Venceu o São Paulo em um Morumbi 90% tricolor e está na final do Campeonato Paulista.


E poderia ter sido mais do que 2 a 0.


Poupá-los-ei da minha parca visão tática do jogo e lanço luz sobre algo importante:


Há algum tempo alguns vêm apontando o Corinthians como favorito ao título paulista... porque São Paulo e Palmeiras disputam a Libertadores.

É claro que duas competições paralelas causam desgaste. Mas é bom frisar que o São Paulo jogou em Medellin com o time reserva. A prioridade da semana era a semifinal do Paulista.

E o Morumbi - mais uma vez nosso salão de festas - recebia um público de... digamos... Libertadores.

O que quero dizer com essa conversa toda é que há quem queira tirar o MÉRITO CORINTIANO pelas duas vitórias.

Não caiam nessa!

O Corinthians foi amplamente superior à força máxima do São Paulo no confronto inteiro.

A reversão da vantagem matemática era o de menos. O mais importante (que se confirmou hoje) foi o domínio PSICOLÓGICO adquirido no Pacaembu.

A dupla vitória sobre o hexacampeão foi conquistada com autoridade.

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Agora, vem o Santos. Uma equipe limitadíssima tecnicamente, mas que ganhou muita força tática com a vinda do bom Vagner Mancini, e mental, com a dupla vitória - também com autoridade - sobre o melhor time da fase de classificação.

O Corinthians é favorito, mas o Santos de hoje é bem mais consistente do que aquele do Pacaembu.

Empate na Vila é bom resultado.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Parabéns, Casão

Essa é uma homenagem que vem com atraso. Mas antes tarde do que nunca.

Ainda me lembro de ter ouvido no rádio.

Já faz quase 16 anos.

O Corinthians encararia o Flamengo no Pacaembu.

No jogo, Gilmar - hoje Rinaldi e empresário - segurava a pressão corintiana. Mas não conseguiu evitar a derrota.

Mas nem mesmo o resultado foi tão marcante quanto aquela linda homenagem.

O matador estava do lado de lá. Mas era cria do de cá.

A carreira já experimentava seus momentos finais. Mas ela não poderia acabar sem isso... eis que o Paulo Machado ensurdece:

VOLTA, CASÃO! SEU LUGAR É NO TIMÃO.

Diz o Juca que o gigante se debulhou em lágrimas no vestiário. Mesmo consciente do compromisso com a torcida do Flamengo.

Teria então respondido o jornalista
"Casão, a Fiel te ama!"

Ele voltou a tempo de escrever seus últimos capítulos como atleta.

Virou comentarista e, como o seu Corinthians, sofreu uma queda magistral. E ainda luta por se levantar.

Ontem, ele fez 46 anos.

Parabéns, matador.

E vê se volta!

domingo, 12 de abril de 2009

Esse é o Corinthians que eu conheço

Hoje eu tô feliz.


Mais do que a vitória, de virada, o que valeu foi a atitude.


Fazia tempo que eu não via o Corinthians com autoridade num clássico.


Foi um duelo tático de dois esquemas completamente diferentes. Enquanto Muricy veio com o de sempre, o 3-5-2, com Arouca na direita, Junior Cesar na esquerda e Hernanes armando pelo meio, Mano veio de 4-3-3, com Jorge Henrique e Dentinho flutuando ao redor de Ronaldo. Imagiava-se que um dos "pontas" iriam fazer o papel do quarto homem do meio. A ofensividade fazia todo o sentido, já que a vantagem do empate era do São Paulo.

Hernanes, a peça mais importante do esquema são-paulino, fora anulado por Christian. Enquanto isso, Miranda, Rodrigo e André Dias tinham trabalho para frear Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Mas Jorge Wagner levava perigo nos lances de bola parada - e foi ele que cobrou a falta que resultou no gol. Numa das raras falhas do sistema defensivo corintiano, Miranda subiu sozinho pras redes. No momento em que o Corinthians mantinha as ações no seu campo de ataque.

Mas a resposta foi imediata. E, curiosamente, pelo meio da retaguarda tricolor. Elias - em tarde inspiradíssima - invadiu a área e marcou um golaço. Os ventos começaram a soprar a favor quando Arouca sentiu contusão e teve de ser substituído pelo apagado Joílson. Uma jogada a menos para explorar o contra-ataque e as bolas na área para o goleador de coração forte.

O alvinegro se manteve mais ofensivo durante todo o primeiro tempo, mas as chances de gols mais agudas eram do São Paulo. Num deles, Felipe livrou a cara de Alessandro ao fazer grande defesa num mano a mano com Borges. Quase no final da etapa inicial, Washington testou, e Elias salvou em cima da linha.

A equipe fazia um bom jogo, embora não repetisse a atuação dos 45 minutos iniciais contra o Santos. Mas se manteve melhor no segundo tempo. O vento soprou ainda mais a favor quando André Dias tromba com Elias, e o árbitro lhe dá o segundo amarelo.

Com um a menos, o São Paulo viu o seu plano de jogo ruir de vez. Mas Muricy, que poderia deixar Joílson numa postura mais defensiva, até para dar combate nas descidas de André Santos, não abre mão de um zagueiro de ofício. Saca-o para a entrada de Renato Silva.

Do lado de cá, Mano não mexe no time.

O meio-campo do Corinthians faz um partidaço. Ainda aquém do ano passado, Douglas rende alguns bons momentos. Mas Christian e Elias são os verdadeiros leões. O primeiro anulou Hernanes, e o segundo aparecia como ótima opção ofensiva vinda de trás. Lá na frente, Ronaldo faz boa partida, Jorge Henrique mostra muita disposição e Dentinho destoa um pouco.

Aí, Mano põe Souza no lugar de Elias, para ganhar força dentro da área. Com isso, Dentinho voltou para compor o meio. Do lado de lá, Muricy faz o oposto: tira Washington e põe Dagoberto. Seu time se defendia na medida do possível, mas poderia achar algum contra-ataque salvador.

Só que o vento, que estava a favor, presenteou o guerreiro Christian. Ele acertou uma bomba da intermediária para virar a partida já no descerrar das cortinas.

Se eu fosse partidário desse negócio de "resultado justo" ou "injusto", diria que o gol fez "justiça" ao time que jogou melhor.

E o Majestoso do Pacaembu mostrou algumas coisas interessantes...

- No clássico de 2006, o Corinthians chegou a ter dois a menos e resistiu. O São Paulo teve um a menos hoje... e sucumbiu.

- Na partida da fase de classificação, o São Paulo jogou melhor e não soube vencer. Na semifinal, o Corinthians jogou mais e venceu.

- O Corinthians pode chegar aos trancos e barrancos e jogando mal algumas vezes... mas, se deixar chegar, é ruim de segurar.

Atenção, senhores críticos: deixem as trombetas em modo de descanso. Pelo menos por hoje e amanhã.
Vamos curtir esta vitória, que foi LINDA!

domingo, 5 de abril de 2009

Balanço do Corinthians no Paulista

Passada a fase de classificação do Campeonato Paulista, o Corinthians foi o único time que não perdeu, teve a melhor defesa e, de quebra, teve o melhor desempenho no confronto direto com os maiores rivais - empatou com São Paulo e Palmeiras e venceu o Santos.

No entanto, não vejo tantos motivos para comemorar. A equipe foi bastante irregular, com uma defesa que não repetiu o desempenho do ano passado e um ataque bastante deficiente. O melhor setor até aqui, apesar de tudo, é o meio. Se Douglas anda numa fase nada boa, Elias e Cristian têm se mostrado imprescindíveis.

Com uma pré-temporada começada antes de todo o mundo e uma preparação que incluiu uma goleada sobre o Estudiantes, esperava-se uma participação se não arrasadora, ao menos satisfatória. Pode ter vencido Oeste e Ituano com propriedade - embora não fosse mais do que obrigação - mas deveria ter feito o mesmo com Guarani, Marília e Mirassol... e não fez. A coisa se repetiu com adversários um pouco melhores, como Portuguesa, Santo André e Barueri.

Pra não dizer que não falei de flores, o renascimento de Ronaldo e o aparecimento de Boquita foram boas novas. Mas o elenco precisa de gente mais qualificada do que, por exemplo, Diego, Jean e Souza.

O que vem por aí é Série A, amigo. E a história é beeem diferente do ano passado. Se quer chegar tão longe, precisa se coçar. Inter, Cruzeiro, São Paulo e Fluminense serão os adversários a ser batidos. Não chego ao absurdo de achar que brigará para não cair. Mas, se ficar como está, a coisa fica bastante preocupante.