Clássico com a cara da rivalidade. Pegado, brigado e sofrido. Se plasticamente não fez jus a quase um século de história, ao menos o fez na dose de dramaticidade.
O Palmeiras entrou em campo com os nervos à flor da pele. Protestara contra a indicação do árbitro, Paulo Cesar de Oliveira, até onde pôde. E Kleber tanto fez que tomou amarelo logo de cara.
O Corinthians parecia ganhar o duelo psicológico não entrando na pilha. Numa bola dividida, Danilo entrou com duas solas pra cima de Liedson. Queiram os palmeirenses - e os comentaristas da Globo - ou não, foi muito bem expulso.
Do lado de fora, Felipão ainda reclamava de PC. E Tite, de Felipão. O gaúcho do lado de lá fez gesto de roubo e também foi posto pra fora com correção. Pra piorar, num lance típico de "piores momentos", Valdívia fez graça e pagou pela cara. Chutou o ar e ganhou uma contusão. Praga de corintiano? Talvez!
Só que o limitadíssimo time do Corinthians não soube aproveitar a vantagem numérica. Começou o segundo tempo contemporizando e foi atropelado pelo ímpeto palmeirense. Os 95% inflamaram, e o time entusiasmou. E a inteligência de não cair na provocação do primeiro tempo se esvaiu na incapacidade de suportar a pressão - que um time grande e experimentado não deve ter. Leandro Amaro fez 1 a 0 em escanteio cobrado na primeira trave. Julio Cesar falhou!
Aos trancos e barrancos, o time chegou ao empate, mais ou menos do mesmo jeito. Willian cabeceia em cobrança de escanteio e o mesmo Leandro Amaro tenta tirar... mas a bola já havia entrado.
E aí, repete-se o cenário de onze anos atrás: famigerada disputa de pênaltis de triste lembrança. Mas se é o fantasma do passado que deve ser exorcizado, que assim seja.
Julio Cesar e Deola usaram uma característica em comum: escolhem o canto antes da batida. Por isso, erraram a maioria de suas apostas. Todos os batedores acertaram suas cobranças. Até que, nas alternadas, João Vítor perdeu. E Ramírez sacramentou a passagem para a final.
Apesar de toda a limitação e a péssima atuação do time, vencer foi saboroso. Porque derrotamos um Palmeiras guerreiro e mais afim de jogo e, se não espanta o fantasma de 99 e 2000 ao menos alivia um pouco o trauma.
E ganhar "deles" é mesmo beeem mais gostoso.
2 comentários:
Esse jogo serviu pra calar aqueles que não mais consideram os porcos nosso principal e grande rival. São e sempre serão. O resto é resto.
Com certeza, Ândi. Mesmo os são-paulinos sendo muito mais irritantes, momento não apaga quase um século de rivalidade.
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