quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ensurdece, Fiel!

O dia 6 de maio de 2008 se tornou um marco para mim. Para os meus 31 anos de vida, dá pra dizer que presenciei poucos jogos do Corinthians. E o que vi ontem no Morumbi contra o São Caetano foi o espetáculo de arquibancada mais lindo da minha vida.

Até pouco antes de o jogo começar, parecia que a Fiel não repetiria os 51 mil de quarta passada. Bom, no final das contas não repetiu mesmo. Mas a diferença foi de apenas 5 mil pessoas. E o espírito foi o mesmo. Depois de tantos anos de apatia, parece que enfim voltamos a ser ensurdecedores. Ao cantar o hino, um ritmo diferente: na primeira parte ("Salve o Corinthians...") as famosas palmas pra cima. Na segunda ("Teu passado é uma bandeira...") todos pulavam.

Confesso que fui ao jogo, acompanhado dos amigos Filipe, Rogério e Edson (pai de Filipe) com a disposição de apenas assistir ao jogo. Fazer isso na partida do Fortaleza foi fácil. Mas com 46 mil "loucos por ti", fica impossível não ficar contagiado. Do setor azul, vimos a Gaviões não parar um minuto sequer. E ainda trouxe um canto que, pra mim, é totalmente novo, que usa a melodia de "Você, meu amigo de fé" de Roberto Carlos. Muito bacana:

"Não pára, não pára, não pára
Não pára, não pára, não pára
Não pára, não pára, não pára
Vai pra cima, Timão"

Em campo, o time não repetiu o espetáculo de semana passada - Nem poderia, porque aquilo foi inspiração dos céus. Mas, definitivamente, abandonou a irregularidade e as doses de apatia do começo da era Mano. O treinador gaúcho repetiu o esquema com dois pontas bem abertos (Lulinha pela direita e Dentinho pela esquerda) um centroavante de ofício (Herrera) e um ponta de lança (Diogo Rincón). Por isso, André Santos - o homem da qualidade do passe - e Carlos Alberto pouco subiam.

No primeiro tempo, o time não rendeu, porque o São Caetano se fechava bem e, nos primeiros minutos, até subiu ao ataque. Na etapa final, Mano teve de tirar Diogo porque ele estava seriamente ameaçado de expulsão. Perdigão também saiu no intervalo - definitivamente, ele não é mais o mesmo. Entraram, respectivamente, Acosta e Eduardo Ramos.

E o time começou a apresentar um poder ofensivo um pouco maior. Ramos começou titubeante, errando alguns passes, mas foi se acertando. Acosta se movimentava bem pelos lados, auxiliando os pontas.

E o tão criticado Lulinha jogou muita bola! Envolvente, sofreu a falta que proporcionou vantagem numérica ao Corinthians. Wilton Goiano já tinha amarelo, e foi para o chuveiro cedo demais. Dos pés dele saiu o primeiro gol. Ganhou a dividida e, dotado de precisão cirúrguca, meteu a bola na cabeça do incansável Herrera. Sobre ele, Rogério disse: "Ele tem tanta vontade que às vezes passa da bola." Nesse lance, ele foi bem preciso.

Aí, a torcida, já bastante agitada, incendiou de vez. De um jeito que eu nunca tinha visto antes. Foi maravilhoso e emocionante. Ao som de 46 mil vozes alucinadas, o fantástico "Aqui tem um bando de louco" fica sideral. Principalmente na segunda passada.

Mas os deuses do futebol tem sérios requintes de crueldade. Deu uma pane na boa defesa corintiana. Luan aproveitou lançamento vindo do campo de defesa, tocou de cabeça para tirar o William da jogada, avançou em diagonal e bateu pro gol. Felipe ainda resvalou na bola, mas não evitou o empate. Os fiéis tomaram um baque, mas não desistiram.

Então, Dentinho - até aquela hora fazendo um jogo bastante conservador - cruzou da esquerda, para nova conclusão de cabeça de Herrera. Ainda dava tempo de fazer mais um. A torcida percebeu isso e empurrou com mais força.

Não deu! Dois a um em casa na Copa do Brasil é um resultado pra lá de perigoso... desde que o adversário não seja o São Caetano, um clube muito jovem de uma cidade desenvolvida, mas pouco populosa. Por isso, não conta com muitos torcedores.

O jogo de volta será em um palco de grandes lembranças, vindas de 95: Ribeirão Preto. Os cartolas do Azulão cogitaram jogar no Morumbi, mas o regulamento da competição não permite que um time mande o seu jogo na cidade do adversário.

Na saída, uma constatação unânime: time e torcida fizeram as pazes com a história.

Um comentário:

Unknown disse...

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