domingo, 12 de abril de 2009

Esse é o Corinthians que eu conheço

Hoje eu tô feliz.


Mais do que a vitória, de virada, o que valeu foi a atitude.


Fazia tempo que eu não via o Corinthians com autoridade num clássico.


Foi um duelo tático de dois esquemas completamente diferentes. Enquanto Muricy veio com o de sempre, o 3-5-2, com Arouca na direita, Junior Cesar na esquerda e Hernanes armando pelo meio, Mano veio de 4-3-3, com Jorge Henrique e Dentinho flutuando ao redor de Ronaldo. Imagiava-se que um dos "pontas" iriam fazer o papel do quarto homem do meio. A ofensividade fazia todo o sentido, já que a vantagem do empate era do São Paulo.

Hernanes, a peça mais importante do esquema são-paulino, fora anulado por Christian. Enquanto isso, Miranda, Rodrigo e André Dias tinham trabalho para frear Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Mas Jorge Wagner levava perigo nos lances de bola parada - e foi ele que cobrou a falta que resultou no gol. Numa das raras falhas do sistema defensivo corintiano, Miranda subiu sozinho pras redes. No momento em que o Corinthians mantinha as ações no seu campo de ataque.

Mas a resposta foi imediata. E, curiosamente, pelo meio da retaguarda tricolor. Elias - em tarde inspiradíssima - invadiu a área e marcou um golaço. Os ventos começaram a soprar a favor quando Arouca sentiu contusão e teve de ser substituído pelo apagado Joílson. Uma jogada a menos para explorar o contra-ataque e as bolas na área para o goleador de coração forte.

O alvinegro se manteve mais ofensivo durante todo o primeiro tempo, mas as chances de gols mais agudas eram do São Paulo. Num deles, Felipe livrou a cara de Alessandro ao fazer grande defesa num mano a mano com Borges. Quase no final da etapa inicial, Washington testou, e Elias salvou em cima da linha.

A equipe fazia um bom jogo, embora não repetisse a atuação dos 45 minutos iniciais contra o Santos. Mas se manteve melhor no segundo tempo. O vento soprou ainda mais a favor quando André Dias tromba com Elias, e o árbitro lhe dá o segundo amarelo.

Com um a menos, o São Paulo viu o seu plano de jogo ruir de vez. Mas Muricy, que poderia deixar Joílson numa postura mais defensiva, até para dar combate nas descidas de André Santos, não abre mão de um zagueiro de ofício. Saca-o para a entrada de Renato Silva.

Do lado de cá, Mano não mexe no time.

O meio-campo do Corinthians faz um partidaço. Ainda aquém do ano passado, Douglas rende alguns bons momentos. Mas Christian e Elias são os verdadeiros leões. O primeiro anulou Hernanes, e o segundo aparecia como ótima opção ofensiva vinda de trás. Lá na frente, Ronaldo faz boa partida, Jorge Henrique mostra muita disposição e Dentinho destoa um pouco.

Aí, Mano põe Souza no lugar de Elias, para ganhar força dentro da área. Com isso, Dentinho voltou para compor o meio. Do lado de lá, Muricy faz o oposto: tira Washington e põe Dagoberto. Seu time se defendia na medida do possível, mas poderia achar algum contra-ataque salvador.

Só que o vento, que estava a favor, presenteou o guerreiro Christian. Ele acertou uma bomba da intermediária para virar a partida já no descerrar das cortinas.

Se eu fosse partidário desse negócio de "resultado justo" ou "injusto", diria que o gol fez "justiça" ao time que jogou melhor.

E o Majestoso do Pacaembu mostrou algumas coisas interessantes...

- No clássico de 2006, o Corinthians chegou a ter dois a menos e resistiu. O São Paulo teve um a menos hoje... e sucumbiu.

- Na partida da fase de classificação, o São Paulo jogou melhor e não soube vencer. Na semifinal, o Corinthians jogou mais e venceu.

- O Corinthians pode chegar aos trancos e barrancos e jogando mal algumas vezes... mas, se deixar chegar, é ruim de segurar.

Atenção, senhores críticos: deixem as trombetas em modo de descanso. Pelo menos por hoje e amanhã.
Vamos curtir esta vitória, que foi LINDA!

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