segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tropeços da imprensa

Não é do meu feitio fazer críticas pesadas à imprensa. Tenho lá os meus motivos para fazer isso. Não vou quebrar o protocolo, mas

Um programa do qual sou habitué, o Redação Sportv, me deixou bastante desapontado hoje.

No segundo bloco, mostrou-se a coletiva de Mano Menezes. Ele falava com tom de reprovação em alguns meandros do lance da expulsão de Túlio no clássico contra o São Paulo.

Pelo que pude entender, ele não atacou o cartão vermelho em si - mais do que merecido. Mas o fato de ela ter acontecido muito mais influenciada pelos protestos dos jogadores do São Paulo, já que não houve indícios de que o auxiliar Ednilson Corona tivesse sinalizado a agressão, o que seria o lógico. Segundo consta, o bandeirinha avisou ao árbitro do lance pelo sistema de rádio usado pelo trio de arbitragem.

Para o treinador, os organizadores do campeonato andam passando ao largo do regulamento, e lembrou do episódio da partida diante da Portuguesa - um festival de lambanças.

Mas as palavras de Mano, pra dizer o mínimo, foram mal interpretadas. Os comentaristas conjecturaram que ele não queria que Túlio fosse expulso. Um deles chegou a dizer que a simulação grosseira do pênalti era passível de parar o lance - isso não está escrito.

As críticas dos meus colegas jornalistas ao Corinthians devem ser feitas - desde que pelos motivos certos. A rasgação de seda em favor do São Paulo chega a ser indecente de tão descarada.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Meio Majestoso

Como se punissem a falta de esportividade da diretoria do São Paulo, os tais deuses da bola presentearam o Morumbi com meio Majestoso: o primeiro tempo foi estudado e burocrático, mas o segundo foi digno do clássico.

Desde o começo da semana, os tricolores avisaram que cumpririam o mínimo estabelecido pelo estatuto do torcedor no que se refere à distribuição de ingressos aos torcedores visitantes. Como se a Fiel fosse de outra cidade, ficou com apenas 10%. Houve quem, na imprensa, dissesse que eles estavam certos. Mas, como já escrevi aqui, houve um assassinato da essência de um clássico: duas torcidas duelando em pé de igualdade.

No dinal das contas, o Morumbi não recebeu um público à altura deste Corinthians X São Paulo.

No primeiro tempo, a partida lembrou mais um jogo de xadrez, no qual até mesmo as cores das peças se equivaliam. As peças brancas tiveram melhor volume de jogo, mesmo com um time reserva. Mas não souberam aproveitar o melhor momento, já que falhavam feio na hora de finalizar as jogadas.

Com a ausência de Chicão, Mano Menezes optou por um time com 3 zagueiros - Jean, William e Escudero. Assim, desobrigado da função de marcar, André Santos atuaria mais solto. Mas, do outro lado, Túlio jogou improvisado, o que deixaria o time pouco efetivo pela direita. Mas a função do ex-botafoguense era vigiar as descidas de Jorge Wagner, que não jogou.

Pouco produtivo, Túlio reviveu os seus tempos de estrela solitária ao cair tolamente na provocação de André Dias: agrediu-o, e foi merecidamente expulso.

O problema maior é que ofensivamente a equipe também não funcionava. Mano abiu mão de um jogador de referência para dar mais leveza diante dos pouco velozes zagueiros são-paulinos. Só que Jorge Henrique e Morais não jogaram bem.

O segundo tempo foi espetacular.

Para compensar a saída de Túlio, Mano colocou Souza no lugar de Morais. O desempenho ofensivo melhorou, e o São Paulo não fez valer o homem a mais que tinha em campo.

Aí, entrou o dedo do Muricy, que colocou Hernanes no lugar de Rodrigo e Borges no de André Lima, apagado no jogo.

Tacada de mestre, que nem a expulsão de Wagner Diniz apagou.

Numa partida pra lá de estudada, o ótimo volante pernambucano fez a diferença. Numa jogada de contra-ataque peculiar do tricolor, ele começou a jogada que, de pé em pé, passou por Dagoberto e terminou em Borges, de frente para Felipe. Golaço!

Só que o Mano também fez uma ótima mexida: Boquita entrava no lugar de Douglas, que, sem ritmo de jogo por causa da contusão, ficou devendo.

E o garoto da criticadíssima base mostrou personalidade e deu um belo passe para André Santos duelar com Bosco. O ala foi cirúrgico: esperou o momento certo para tocar por cima do goleiro, no canto esquerdo. Golaço!

Depois de vários jogos claudicante, André começava a reencontrar o seu futebol. Mas fez falta dura e acabou expulso, com dois cartões amarelos.

O 1 a 1 coroou uma partida com todas as nuances que um clássico deve ter. No primeiro tempo, houve muita tensão, mas o futebol ficou esquecido num cantinho perdido do Morumbi. No segundo, a dramaticidade ainda se fazia sentir, mas o futebol reapareceu, dando a um jogo entre dois ferrenhos rivais o tempero necessário a um grande espetáculo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os tais 10%

A poucos dias do primeiro clássico, a notícia de que o São Paulo destinaria pouco mais de 10% dos ingressos do jogo causou celeuma. Por parte da imprensa não houve chiadeira: afinal, eles têm o mando de campo e são os donos do estádio.

Eu fico aqui pensando... pode ser um direito previsto na lei. Mas isso destrói o termo "clássico" em sua essência.

Houve um tempo em que as torcidas dividiam o Morumbi. Aquela disputa era, mais do que o jogo, o cerne do clássico. Nada mais democrático e belo do que o duelo (saudável) de torcidas. Agora, parece que tudo se resume à vitória a qualquer preço. Foi-se o tempo de Francisco Horta, o presidente do Fluminense que transformou a Invasão Corintiana numa espantosa realidade.

E daí que no mundo todo o mando é respeitado? Por que temos de ser iguais a todo o mundo em tudo? Cadê a graça do futebol?

A tal lei dos 10%, prevista no estatuto do torcedor, é pertinente. Desde que os times em questão sejam de cidades diferentes.

De volta. Um pouco de tudo

Cá estou eu de volta à ativa no Filhos da Invasão.

Desde que parei de blogar, por motivos existenciais (que não arrefeceram de todo), volto para comentar tudo o que aconteceu.

Ronaldo Fenômeno foi uma tacada de mestre, mas será que a sua passagem pelo Corinthians será bem aproveitada? Não é o que vem aparecendo por aí.

Os reforços - exceção feita ao Jean - foram bem escolhidos.

Ainda acho cedo para pegar no pé do Souza... mas soube que o nosso amigo já perdeu a paciência com os apupos da torcida. Ossos do ofício. Centroavante que mal marca gols é cobrado mesmo. No Corinthians, então...